Após cirurgia, garotos de cinco anos experimentam uma melhoria significativa na qualidade de vida em Contagem
         
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Após cirurgia, garotos de cinco anos experimentam uma melhoria significativa na qualidade de vida em Contagem

on 16 Outubro, 2017

Após passar por cirurgia de desobstrução das vias respiratórias, Samuel aproveita a vida com muito mais alegria.

Samuel e Isaque têm cinco anos e muito em comum. Como outras crianças com a mesma idade, têm suas particularidades: um gosta de brincar de carrinhos e de correr feito velocista, outro gosta de gatos e de tocar instrumentos musicais, em especial, a bateria do pai. Além disso, são garotos alegres, cheios de vida e disposição.

Mas há ainda um outro fator que unia esses dois meninos que não se conhecem: ambos sofriam de problemas relacionados à obstrução das vias respiratórias, como a apneia do sono, caracterizada por ruídos e interrupções na respiração enquanto a pessoa dorme, e por dificuldades de respirar e de dormir. Além disso, ambos aguardavam pela cirurgia de desobstrução das vias respiratórias, também conhecida como cirurgia de adenóide, há cerca de dois anos ou mais. Os problemas relacionados a obstrução das vias respiratórias incluem também uma maior incidência de infecções, alterações na fala e até mesmo na aquisição da linguagem.

“Nem o Samuel e nem eu e o pai dele dormíamos direito: ele porque não conseguia achar uma posição, nós porque ficávamos preocupados com ele. Ele gosta de correr, mas eu às vezes não deixava, por causa daquela dificuldade em respirar”, conta Rosemara Martins dos Santos, mãe do Samuel, que aguardava pela cirurgia há aproximadamente dois anos.
“O Isaque tinha 97% das vias respiratórias obstruídas e apneia do sono e, quando acordado, respirava pela boca. Por isso, tinha essa dificuldade de dormir e chegava a ficar 15 segundos sem respirar. A gente ficava o tempo todo acordado, vigiando a respiração dele. Desde bebê eu já achava a respiração dele diferente”, relata Viviane Aparecida Gonçalves Silva, mãe do Isaque, que precisou esperar por uma vaga para cirurgia por quase três anos.
Mas a espera dos garotos acabou. Em agosto deste ano, os dois conseguiram passar pela cirurgia de desobstrução das vias respiratórias no Complexo Hospitalar de Contagem (CHC) e se recuperaram até a alta hospitalar nas novas instalações da pediatria do CHC.

Até o primeiro semestre deste ano, a pediatria situava-se no interior do HMC, mas, desde agosto, passou a funcionar no edifício do Centro Materno-Infantil (CMI) Juventina Paula de Jesus, em local mais apropriado e apto para o atendimento pediátrico. Já refeitos da cirurgia, ambos passaram a experimentar uma melhoria significativa na qualidade de vida e avaliaram positivamente as instalações e o atendimento recebido.

O médico otorrinolaringologista Rodrigo Santana Fantauzzi, coordenador do serviço de otorrinolaringologia do Hospital Municipal de Contagem (HMC), explica que essa cirurgia permite que a pessoa experimente um alívio significativo na capacidade de respiração oral e no ronco, ao mesmo tempo em que é reduzido o índice das infecções respiratórias altas, como rinites, sinusites e dores de garganta. “As pessoas que passam por esse tipo de cirurgia experimentam uma melhora significativa na qualidade de vida. Passam a roncar menos ou a não roncar, a apneia acaba e deixam de ser respiradores orais. Há uma redução significativa das infecções. As crianças melhoram o cognitivo e o desenvolvimento ponderal (ganham peso) e melhoram a nutrição. Evita-se alterações na oclusão dentária corrigindo-se a respiração oral”, explica o médico.

Com a respiração muito mais aliviada, os garotos vão vencendo barreiras, aprendendo e vivendo com muito mais qualidade. Seja correndo, brincando, cumprindo com responsabilidades e até sonhando, mostram que procedimentos cirúrgicos de complexidade média podem produzir grandes resultados na vida das pessoas.

“A respiração dele melhorou muito e nem faz barulho mais”, atesta o pai do Isaque, Washington Cristiano Gonçalves Silva.

“Um dia, ele estava dormindo, aí acordou e falou ‘pai, eu estou até sonhando’”, assinala o pai do Samuel, Renato Gomes dos Santos.

Atualmente, Isaque e os pais fazem planos para o garoto passar a frequentar aulas de bateria e fazer música, desta vez com muito mais fôlego.

Já Samuel aventura-se correndo velozmente pela área do prédio onde vive e, agora com mais disposição para cumprir sua parte nos combinados com a mãe, guarda os brinquedos depois de utilizá-los: “Às vezes, a gente falava que ele tinha que guardar os brinquedos e ele não guardava, pois dizia que estava cansado. Aí, o médico me explicou que ele não dormia direito por causa do problema no nariz. Agora, ele dorme a noite inteira. E guarda os brinquedos”, atesta Rosemara, mãe de Samuel.

“Eu me emociono com essas histórias. Não há maior alegria para um médico que ama a profissão do que ajudar uma criança que sofre, e uma mãe que fica aflita diante de um filho sofrendo”, resume o médico Rodrigo Fantauzzi.

De fato, respirar bem é viver bem!